Injustiça

outubro 7, 2008

 

Os concursos mais difíceis do país geralmente têm como fase final a prova oral. Acho correto aferir se o candidato tem capacidade de responder questões de improviso de forma clara, concisa e objetiva. Mas a realidade me parece outra, hoje vejo que essa etapa do concurso anda por caminhos muito subjetivos, dando margem a interpretações, injustiças e até favorecimento. As histórias muitas vezes se repetem, a banca de magistrados, promotores e procuradores deixam o candidato em pânico, tirando o chão e o que resta de estabilidade do coitado ali na frente com o argumento de que é preciso avaliar emocionalmente o candidato (no caso o cotado ali na frente). Um absurdo! Esses profissionais não são capazes de julgar emocionalmente as pessoas, para isso existem psicotécnicos. Claro que é inegável que uma prova oral avalie o auto-controle, a capacidade de argumentação improvisada, o equilíbrio, enfim, o subjetivo, mas sempre relacionando esses comportamentos com o conhecimento, com a capacidade intelectual. Difícil se colocar em uma situação dessas: se preparar anos, passar por três ou quatro fases de concurso e no final ser eliminado por um modo no mínimo subjetivo demais. Profissionais da área da psicologia ou psiquiatria tem a capacidade de testar alguém emocionalmente e avaliar o seu comportamento, alguém da área do direito vai no máximo irritar alguém com essa tentativa, e daí, já era, foi tudo por água abaixo, anos de estudo, de dedicação, de isolamento até. Dá mesma forma, vai por água abaixo um sonho, uma nova carreira e o respeito pela instituição.

 

7 Respostas to “Injustiça”

  1. golb said

    finalmente um post em que não consigo discordar de vc, cara axl.

  2. Mariana said

    meu caro golb, esse mundo do “estado democrático de direito” é muito injusto.
    assim como é injusta a tua quantidade de pintinhas… aaaaaaaaahahahahahaha (e mesmo assim, rodeado de mulheres…)

  3. golb said

    a propósito do título do post:
    http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=2342

    sardadeira de vcs três.

    bjs, e boa semana.

  4. além mar... said

    Oi guria..bueno, acho que estás misturando conceitos gerais como normas de funcionamento específicas…As provas orais nao têm nenhuma relaçao com os testes psicotécnicos, nao servem prá mesma coisa. Os psicotécnicos usam ferramentas técnicas e servem prá descartas doenças psiquiátricas que podem afetar o desenvolvimento prático e em sociedade em detrimento do emprego ou das relaçoes em sociedade. Os testes orais, já existem há séculos e têm como primícia o que dizia os gregos, o debtate ou confrontaçao intelectual em tempo real, a Ágora moderna… Nos países aonde a tradiçao é regra (nao é o caso do Brasil em geral), essas provas serviam e servem como forma de saber conteúdos e saber como aplicá-los. Uma prova só escrita é como um gravador, nao valoriza da mesma forma o desenvolvimento total do ser em avaliaçao ( somente o conteúdo em si mesmo). Uma prova oral sim coloca em evidência se o concursado é realmente eficaz ( ou seja, se em condiçoes práticas atúa adequadamente) nao só a eficiencia ( a teoria pura)…. Se alguns concursos sao permissivos ou ultrajantes, nao faz dessa prova uma nao-opçao, faz sim dos promoteres desse festim uma vergonha..

  5. Mariana said

    guri, às vezes eu acho que tu lê o tema do post e descreve sobre o assunto sem ao menos entender o que eu escrevi… bueno, é uma forma…
    primeiro, não acho que psicotécnicos e provas orais sejam a mesma coisa e muito menos sou contra as provas orais. Critico a maneira como são realizadas hoje no brasil…
    falei que a banca age como se fosse uma banca psicotécnica, sem competência para isso e falei também “que é inegável que uma prova oral avalie o auto-controle, a capacidade de argumentação improvisada, o equilíbrio, enfim, o subjetivo, mas sempre relacionando esses comportamentos com o conhecimento, com a capacidade intelectual”.
    tu não entende mesmo ou te faz que não entende?? haha

  6. Além mar...full combat said

    O problema Sra Abascal pode ser a minha incompreensao (que nao resulta difícil de entender), mas vós tendes a usar generalizaçoes sem provas…Duvido que a maioria das provas orais sejam parciais, mesmo no Brasil. Você fala que avalia uma parte ‘subjetiva demais’o que elimina muitos que se dedicaram anos, depois fala que avalia a capacidade intelectual, capacidade de improvisaçao e auto-controle.. ou seja de que lado estás, é boa ou nao essa dita prova??? Creio que falta relaçao entre de verdade quer dizer (que há muita falcatrua nas provas orais, mesmo que nao dá nehuma prova real, só generalizaçoes e que as provas orais nao tem a ver som isso e nao sao as únicas culpadas, se acaso isso é verdade)…Se o teu artigo busca explicar uma teoria concreta, tens que usar provas concretas, nao generalizaçoes sem sentido. BJ.

  7. Jovecino said

    Apenas p/ contribuir à discussão, exames psicotécnicos destinam-se a identificar se o candidato possui o perfil profissiográfico traçado para o cargo pretendido. Os testes, em geral, pela superficialidade, não são hábeis a identificar desvios de ordem patológica, a não ser os mais escancarados ( p. ex. quando o candidato baba demais na folha e inutiliza o teste)

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